quinta-feira, 14 de maio de 2009

POLUIÇÃO PROVOCA ALTERAÇÕES GENÉTICAS QUE PREDISPÕEM À ASMA

Exposição pré-natal à poluição do ar parece causar alterações genéticas que predispõem bebês nascituros à asma ao longo de sua vida, de acordo com um novo estudo conduzido por pesquisadores do Centro de Genética Ambiental da Universidade de Cincinnati (Center for Environmental Genetics, University of Cincinnati) e publicada na revista PLoS ONE.
A pesquisa [Relation of DNA Methylation of 5'-CpG Island of ACSL3 to Transplacental Exposure to Airborne Polycyclic Aromatic Hydrocarbons and Childhood Asthma], como outras anteriores, reforça o conhecimento científico de que exposições ambientais podem interagir com os genes, durante períodos-chave do desenvolvimento, podendo predispor a várias doenças ao longo da vida, provavelmente por reprogramação dos tecidos.
O estudo foi realizado com gestantes que portavam um monitor de ar, o qual analisava a exposição das mulheres aos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), um tipo de poluição produzida pela combustão , característica do ar em zonas de tráfego intenso. Os pesquisadores também examinaram a expressão do gene no ACSL3 seus filhos nascituros.
Alta exposição materna aos HPA’s foi significativamente associada a alterações químicas no feto, relacionadas à expressão de ASCL3. Na idade de cinco anos, as crianças que tinham estas mudanças no útero foram significativamente mais propensas a ter asma do que crianças que não tinham. Os pesquisadores acreditam que a poluição do ar provoca alterações na expressão gênica, sem realmente alterar a estrutura do gene em si, como em uma mutação.
Os cientistas sabem que ASCL3 é expressa no pulmão e acreditam que ela desempenha um papel no estabelecimento ou na manutenção da estrutura das membranas celulares. Eles ainda não sabem exatamente como a expressão do gene que contribui para o desenvolvimento de asma.
No entanto, o estudo aponta para a possibilidade de utilizar a expressão do ASCL3 para fins de prevenção, tendo em vista que se ele estiver expresso no cordão umbilical poderá indicar que a criança tenha mais probabilidades de desenvolver asma, o que permitirá um acompanhamento médico mais preciso e, se for o caso, a possibilidade de tratá-la precocemente.

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